«Trabalhar como um mouro», «resvés Campo de Ourique» e «dar um frango» são expressões correntes — ou idiomáticas — que se instalaram no falar quotidiano do universo linguístico português com tal força, que raro é o falante que não recorre a qualquer uma delas para designar com rigor a particularidade de uma determinada situação sem necessitar de especificar pormenores. Mas a invulgaridade de tais expressões, que remetem para um passado desconhecido, atiça o desejo de se conhecer a sua história, como forma de se aceder ao seu sentido original. A atracção pela origem dos idiomatismos e a preocupação em acompanhar as mudanças resultantes da implementação do novo acordo ortográfico (AO 90), temas do consultório desta edição e, também, dos programas de rádio Língua de Todos (de sexta-feira, 18 de Março, às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 9h15*) e Páginas de Português (de domingo, 20 de Março, às 17h00, na Antena 2), testemunham o interesse pela evolução da língua.
Ainda na emissão do programa Língua de Todos (nos dias acima referidos), a língua portuguesa em Cabo Verde e na Guiné-Bissau e os limites da cooperação portuguesa são objecto de conversa com Eduardo Vera Cruz, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Por sua vez, o Páginas de Português (em data e horário já indicados) dedica parte da emissão à língua portuguesa em França, à aposta da Universidade de Lyon em graus de excelência — mestrados e doutoramentos — para alunos brasileiros e portugueses, na área da tradução ou dos estudos lusófonos. Um outro tema: a realidade do trabalho desenvolvido com os alunos quando se colocam questões como a aplicação do Acordo Ortográfico, a discrepância da nomenclatura, na norma brasileira e portuguesa e a avaliação positiva da parceria entre Portugal e o Brasil, na opinião das professoras Anne-Marie Pascal, Margarida Ochôa e Conceição Coelho.
*Hora oficial de Portugal continental.