Queira-se, ou não, o inglês ainda é a língua franca, quer em áreas científicas, quer em áreas do conhecimento e convivência geral. Aliás, o número de falantes não nativos do inglês ultrapassa largamente o número de falantes nativos. O que tem alguma novidade é a tese do belga Philip van Parijs, segundo a qual a unidade linguística, neste caso, a universalidade da proficiência média em inglês, é condição para a aceleração da democratização mundial — o que traz um desígnio moral à aprendizagem e ao ensino daquela língua.
Discordando da argumentação de Vasco Graça Moura, desenvolvida no artigo "O reino da insensatez", José Mário Costa afirma, em Controvérsias, que são irrelevantes os custos da aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal.
Também sobre o mesmo assunto, e como temos vindo a noticiar, esclareça-se que, contrariamente a certas interpretações ventiladas pela comunicação social, o programa do XIX Governo Constitucional português não tinha de estar redigido conforme as novas regras ortográficas, pela razão de estas passarem a ser aplicadas em serviços, organismos e publicações do Estado só a partir de 1 de Janeiro de 2012 (no sistema de ensino, em Setembro de 2011, com o começo do ano lectivo).
A 7.ª série do Cuidado com a Língua!** (segunda-feira, 4 de Julho, às 21h05*, na RTP 1) termina com uma viagem por estrelas e galáxias. Com a participação especial do astrónomo Máximo Ferreira, falar-se-á da curiosidade das designações «Via Láctea» e «Estrada de Santiago», assim como das muitas expressões à volta da palavra nuvem. A começar por essa “nuvem negra” do “mau-estar”, em vez de mal-estar. E nas palavras que (não) mudam com o Acordo Ortográfico: qual o critério que consagrou a dupla grafia de espectador/espetador e sector e setor, por exemplo?
* Hora oficial de Portugal continental.
** Com repetição nos demais quatro canais da televisão pública portuguesa, ficando ainda disponível na página da RTP na Internet, aqui.