«[...] é o verbo que faz mover
o discurso, dando à existência a sua qualidade
activa, e transformando-a no ser idêntico
que reúne em cada sujeito e estado, sem
distinguir uma ideia de outra. Porém, a
conjugação dos tempos e modos multiplica
o que dizemos por nós, por vós e por eles,
desde o passado ao futuro;»
Consciente do peso do verbo no nosso discurso, o poeta português Nuno Júdice dá-lhe o estatuto de tema poético em Gramática: o verbo.
Não fazer a conjugação correta do verbo em qualquer tipo de discurso gera situações bastante constrangedoras por que ninguém deseja passar. Área tantas vezes negligenciada, porque se criou o hábito de se confiar plenamente no saber intuitivo da língua, a realidade é que a mínima falha, ou mesmo indecisão, na flexão verbal — quer se trate de um complexo verbo defetivo ou de um irregular, de um impessoal ou, mesmo, de um regular — compromete irremediavelmente o seu emissor, sendo (quase) considerado como fatal não se saber fazer o uso adequado das formas verbais. Intrinsecamente ligada aos verbos, a colocação dos pronomes (enclítica ou proclítica) tem-se revelado como outra dúvida recorrente, assim como a preocupação em se distinguir o valor exato de cada palavra, sobretudo se se trata de casos cuja sintaxe implica a ocorrência de preposições (regências).
Estes são os temas das respostas deste dia, em que se destaca, também, a análise do processo de formação de palavras.
Entretanto, na rubrica Pelourinho, Wilton Fonseca debruça-se sobre a teimosia em se usar o estrangeirismo plafond (e a sua vasta família), desprezando-se o termo, tão português, teto, num texto publicado no jornal português i, de 27 de abril.
Devido ao feriado do 1.º de maio, voltaremos a 02 de maio.