Adotar uma palavra para a usar por tudo ou por nada tornou-se prática corrente. É o caso do emprego do termo tipo («tipo assim…»), cujo sentido se vai esbatendo no discurso do quotidiano.
De qualquer modo, a precisão do léxico é um bem que a grande maioria procura, para que não haja hipótese de má interpretação. Por isso, importa conhecer a diferença entre enterro e sepultamento, o nome exato dos adeptos de um clube angolano, a flexão dos epicenos, os coletivos das palavras mais simples, assim como a identificação, a formação e o valor dos diminutivos. Ao fim e ao cabo, tudo isto implica saber-se, também, as relações entre as palavras. Questões aparentemente simples, mas que requerem o crivo da precisão linguística.A relação com a língua é determinante para qualquer falante, mas é-o, essencialmente, para os escritores. Num texto publicado em O Nosso Idioma, Paulo José Miranda reflete sobre a ligação privilegiada do Prémio Nobel português com a língua nos seus discursos narrativos, levando-o a considerar Memorial do Convento como «O Livro da nova língua portuguesa».
O Centro de Linguística da Universidade do Porto promove a realização, em 16 de maio, da conferência subordinada ao tema «A edição de documentos medievais para fins linguísticos: (alguns) problemas e soluções» de Marta Afonso (CLUP).