Sabia que se registam, pelo menos, quatro classificações para a palavra dúzia? E que o verbo aparecer tem complementos, mas que estes são opcionais? Finalmente: será correto usarmos a construção «desde segunda até sexta», em vez desta outra, mais habitual, «de segunda a sexta»?
Nesta atualização, voltamos também a chamar a atenção para a rubrica O Nosso Idioma, na qual se disponibiliza o texto "Zero: com (ou sem) plural", do jornalista Wilton Fonseca, à volta da velha questão dos contrastes linguísticos entre o Brasil e Portugal e de como eles se repercutem na codificação normativa (artigo original publicado no diário português i). Relembramos que, entre brasileiros, se considera que o uso correto do substantivo especificado por zero é no singular: «zero grau» e «zero hora» (cf. "Os cem erros mais comuns da língua portuguesa", guia incluído no Manual de Estilo e Redação do Estado S. Paulo); na norma lusitana impôs-se o plural («zero graus» e «zero horas»). Outro caso, ainda mais notório, é o de por que e porque, em frases interrogativas: no Brasil, usa-se a forma separada, ou seja, a locução por que; em Portugal, trata-se de uma única palavra gráfica – porque. E, quanto a pronomes associados a formas de tratamento, é bem conhecido o desconcerto de muitos brasileiros quando um português pergunta a um deles: «posso falar consigo?» É que em Porto Alegre, S. Paulo, Salvador, Belém ou no Rio de Janeiro, diz-se geralmente «posso falar com você?».
O interesse da China pela língua portuguesa no contexto da presença deste país em Angola e no espaço lusófono em geral é o grande tema dos programas Língua de Todos, de sexta-feira, 29 de novembro (às 13h45*, na RDP África; repetição no dia seguinte, depois do noticiário das 9h00*), e Páginas de Português, de domingo, 1 de dezembro (às 17h00*, na Antena 2).
* Hora de Portugal continental.
Estando em risco a continuação do serviço prestado pelo Ciberdúvidas das Língua Portuguesa, gracioso e sem fins lucrativos, torna-se essencial a ajuda de quem, pelo mundo fora, nos consulta regularmente. Daí o renovado apelo: SOS Ciberdúvidas.