Em português, como noutras línguas, existe a categoria de plural, geralmente marcada em substantivos e adjetivos pelo sufixo flexional -s: gato → gatos. Todos sabemos, porém, que nem sempre é assim tão simples; por exemplo, os nomes acabados em -ão costumam ser problemáticos: quantas vezes não lembramos às nossas crianças que o plural de capitão é capitães? Há casos em que não há alteração morfológica: «um lápis», «dois lápis»; e as siglas – convém não esquecê-lo – dispensam essa marca: «os CTT» (e nunca «os "CTTs"»). Também o plural envolve às vezes certas alterações semânticas: água designa um líquido (o composto químico H2O), mas águas pode significar «garrafas de água», por exemplo, num café ou numa pastelaria («duas águas, faz favor»). E que dizer do substantivo abstrato orgulho, dificilmente usado no plural? Não é estranho dizer-se «os nossos "orgulhos"», em vez de «o nosso orgulho»?
Todo este arrazoado a propósito de uma dúvida sobre o plural do substantivo abstrato correspondência: que sentido terá falar-se em «correspondências»? A resposta encontra-se neste dia no consultório, cuja atualização abrange igualmente tópicos relacionados com a sintaxe e as classes de palavras.
Renovamos o apelo SOS Ciberdúvidas, agradecendo aos nossos consulentes todos os contributos enviados. Recordamos que este auxílio constitui fator essencial para viabilizar o serviço sem fins lucrativos que aqui se presta há quase 17 anos em prol da língua portuguesa.