E se os erros de português fossem considerados infracções? E se os infractores tivessem de pagar multas?
Eis perguntas que qualquer pessoa que conhece um pouco mais de gramática já se deve ter feito algumas vezes, quando se lhe deparam calinadas em cartazes e anúncios, legendas de filmes, inserções de texto na televisão, falas de políticos e apresentadores da televisão e da rádio, etc., etc.... Um longo "et cetera", a que não escapam notícias da imprensa, decretos do "Diário da República", obras de ficção e gramáticas – sem esquecer Ciberdúvidas, que já se colocou a si próprio no Pelourinho. Sim, se todas as calinadas «pagassem» multa, que grande receita!
Quem saiu na frente (como dizem os brasileiros) foi um município do Estado de São Paulo, a estância de veraneio de Guarujá, que acaba de adoptar uma medida financeira para corrigir o português dos munícipes: quem errar paga!E se as multas se generalizassem? Talvez desse, até, para baixar os impostos... Ou, melhor ainda, para financiar a formação adequada de professores de português que o Estado há muito abandonou em Portugal.
... e Aquilino na Antologia
Um dos cultores mais apreciados da escrita portuguesa, Aquilino Ribeiro, está a partir de agora na nossa Antologia. Trata-se de "A Literatura Regional e a Linguagem", do livro "Terras do Demo", que dedica a outro escritor português, Carlos Malheiro Dias (autor do prefácio da obra de estreia de Aquilino), que foi a escolha de Ciberdúvidas, nesta mesma rubrica, na semana passada.