1. A Expolíngua 2003 de Madrid, que está a decorrer até este domingo, 23, reveste-se, este ano, de primordial importância. Pela primeira vez, a organização não convidou um país, mas uma língua. Precisamente a Língua Portuguesa. Por isso, pela primeira vez, também, houve uma acção concertada de todos os países da CPLP no grande evento cultural da capital espanhola. Só se espera que, doravante, todos eles assumam, definitivamente, a defesa da nossa língua comum nos principais areópagos internacionais. E que, brevemente, tenhamos o Português como língua de trabalho nas Nações Unidas.
2. Entretanto, em Portugal ainda há entidades com responsabilidades públicas, como a Federação Portuguesa de Futebol, a remar em sentido contrário. Quinas, a mascote para o Euro-2004, transmudou-se para Kinas a fim de …«poder ser mais facilmente legível pelos estrangeiros». A este propósito, o jornalista Manuel Tavares escreveu um delicioso editorial no jornal “O Jogo”, que ficou em linha na rubrica O Português na 1.ª Pessoa.
3. Na mesma rubrica, fica também em rede, a partir desta data, um novo texto de Ida Rebelo: Os “maquisards” da língua.
4. Um registo final sobre o falecimento, na semana que ora passa, da escritora portuguesa Maria Ondina Braga e da professora universitária de ascendência belga Andrée Crabbé Rocha. A primeira foi uma contista emérita, cuja obra segue o rasto da nossa língua comum: China, Goa, Luanda... A segunda destacou-se como uma brilhante professora de Literatura Portuguesa Contemporânea (casada com esse outro grande escritor de língua portuguesa, também já falecido, Miguel Torga).