No Congresso Lusofonia, Identidades e Culturas Nacionais, acabado de realizar-se em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências da Educação, a Língua Portuguesa mobilizou um alargado painel de especialistas, que se debruçaram sobre duas questões-chave: 1) A situação do Português em África e em Timor; 2) O tempo e o modo da sua assunção como língua de comunicação internacional.
Em relação à primeira questão prevaleceu a unanimidade quanto à urgência de estratégias minimamente concertadas com vista a: a) fazer de cada africano e de cada timorense um falante de Português; b) criar programas de formação de professores de Língua Portuguesa, marcados pela tónica da exigência e da profundidade do seu desenvolvimento, no pressuposto de que a língua é um sistema e tem uma gramática que é preciso conhecer e respeitar; c) olhar para a educação das crianças, dos adolescentes e dos jovens, ministrada em língua portuguesa e no respeito pelas respectivas línguas maternas, como a aposta para o desenvolvimento, seja ele económico, técnico, científico ou cultural.
Quanto ao segundo ponto, o da assunção do Português como língua de comunicação internacional, frisou-se a absoluta necessidade de um posicionamento conjunto da CPLP no teatro mundial face a este património comum – o da Língua Portuguesa –, no sentido do estabelecimento de políticas convergentes que assegurem ao Português o estatuto de verdadeira língua de comunicação internacional.
E que melhor veículo para essa afirmação do que um canal de televisão lusófono de tendência global, à imagem do que fizeram os árabes com a Al Jazira, como contraponto à hegemonia asfixiante das estações internacionais de informação em língua inglesa (e com os resultados que estão à vista no presente conflito bélico no Iraque, como apontava o sociólogo francês Dominique Wolton, numa recente entrevista ao jornal português "Público")?
Sonhar é fácil – e tão tentador… –, neste mundo da lusofonia, onde até acontecem coisas como esse absurdo do fim da língua portuguesa no Euronews. Porque, em Portugal, houve quem o tivesse preferido, de novo, só em inglês!...