Depois de mais de três de meses de interrupção e do risco de não poder voltar, caso não fossem reunidos os indispensáveis apoios à sua continuação, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa regressa desde esta data às suas actualizações diárias. E só lhe foi possível regressar graças à iniciativa mecenática dos CTT e da Fundação Vodafone, que se constituíram como patrocinadores oficiais deste verdadeiro serviço público como não há outro na Internet em português e sobre o português.
Do movimento gerado contra o fim à vista do Ciberdúvidas – de que cumpre realçar, e agradecer, a petição posta a circular pelo tradutor australiano Chrys Chrystello e a sua correspondente repercussão nos meios de comunicação e em muitos e influentes blogues portugueses e brasileiros – fomos dando conta na rubrica Correio.
Aqui registámos, igualmente, algumas das mais tocantes mensagens de quantos – e foram tantos! – se nos dirigiram, dispostos, inclusive, a quotizarem-se para a viabilização deste projecto.
Felizmente, não foi necessário – muito menos essa possibilidade, que sempre recusámos, de tornar este serviço pago para quem o consulta. Seria, pura e simplesmente, a descaracterização da sua natureza e, ao fim e ao resto, diminuir-lhe a projecção e a importância que alcançou em todo o espaço da lusofonia.
Não foi necessário, felizmente, porque ainda há em Portugal, no sector privado e na sociedade civil, quem se substitua ao Estado, e logo numa área tão estratégica como é a da língua.
Ao logo dos seus quase nove anos de existência (fá-los-á em Janeiro próximo), Ciberdúvidas provou não viver da lógica da subsidiodependência. Sempre teve, tem e terá num futuro até muito próximo iniciativas complementares até de autofinanciamento. Mas como serviço público, gratuito e universal, sem fins lucrativos ou comerciais, não pode dispensar este tipo de apoios mecenáticos, já que dos organismos oficiais com responsabilidade na promoção da língua portuguesa a resposta foi o que se sabe.
Não obstante – como lembrou muito oportunamente a professora Cristina Marques – o Ciberdúvidas até ser aconselhado na bibliografia dos novos programas do ensino secundário, em Portugal...