1. O português expande-se, a avaliar pelas Notícias. David Graddol, linguista britânico, vaticina um aumento significativo do número de falantes até 2050, em África e no Brasil. Para prová-lo, para lá do Rio Grande do Sul, no Uruguai, torna-se obrigatório o ensino da língua portuguesa a partir do 6.º ano de escolaridade. Por ironia do destino, em Portugal, Mariano Gago, ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, revela que, no quadro da União Europeia, responsáveis das universidades que aderiram ao Processo de Bolonha estão a considerar a generalização do inglês aos mestrados. Sabendo que o ensino superior português está a adaptar-se ao referido processo, será que em Portugal, em 2050, a investigação científica e tecnológica vai ser unicamente apresentada e discutida em inglês?
2. Entretanto, a língua portuguesa está bem viva e intriga consulentes do Brasil e também de Portugal — é o que mostra esta actualização. Falamos do adjectivo dispendioso, do substantivo varejista, das subtilezas do infinitivo seleccionado por deixar, da (eventual) existência do dual em português e da conjugação do verbo poder.