Quando não há nada para discutir, discute-se o acordo ortográfico — à semelhança do que os ingleses fazem com o tempo atmosférico?
Francisco José Viegas dá-nos uma visão céptica e pragmática face ao (iminente?) desfecho da questão do acordo.
Se é verdade que se trata de mudanças que afectam apenas a grafia da língua — facto que é importante sublinhar —, não é menos verdade que é na norma ortográfica do português europeu que mais alterações há a registar.
Questões d'aquém e d'além ortografia: acima de tudo, há que olhar para o mapa e para a língua e ver dimensões e proporções. Os 200 milhões de falantes do português não estão dentro das fronteiras de Portugal e é natural que muitas das evoluções e inovações lexicais, semânticas e sintácticas ocorram fora do âmbito do português europeu. (Ver Muçulmanos e sírios enriqueceram idioma português no Brasil.)