Um dia destes recebemos a seguinte mensagem da consulente Cecília Spatz: «Aqui na Alemanha, onde moro há dez anos, leciono português para crianças brasileiras e portuguesas e, para minha grande surpresa, algumas mães portuguesas desmatricularam seus filhos da escola assim que souberam que sou brasileira. Motivo? O Português falado no Brasil seria errado. [Proximamente,] teremos uma reunião de pais e mestre na escola para discutir a questão. Qual a opinião dos senhores em relação a problemas desta natureza?»
Independentemente do desenvolvimento ulterior deste caso(1), o que nos é solicitado encontra-se em linha sob o título O Português que se fala no Brasil. E leia-se, também, o que D’Silvas Filho escreveu em À volta da nossa língua comum, e o texto de Ida Rebelo, no ícone O Português na 1.ª Pessoa, Falar Português bem ou mal.
(1)Permita-se-nos estoutra sugestão: que nessa reunião se dê uma informação suplementar e se ouça um pouco de música. Ou seja:
a) Informem-se as mães dessas crianças portuguesas na Alemanha que, hoje, em Portugal, há já milhares de crianças brasileiras, filhas igualmente de emigrantes como elas, que andam na escola em Portugal, aprendendo com professores portugueses.
b) Depois, deliciem-se todos com uma canção de Chico Buarque ou de Caetano Veloso, escutem em silêncio um fado de Mariza, que é uma fadista portuguesa nascida em Moçambique – e sintam como o Português é um poema feito língua, que nasceu em Portugal e renasce todos os dias em África e no Brasil, ainda mais pujante ...