1. «Os responsáveis dos programas [do ensino do Português nas escolas secundárias em Portugal] são linguistas e os linguistas têm ódio à literatura. Esse é o principal problema. Preocupam-se com a questão comunicacional e não com o valor da própria língua.» – declarou o poeta e eurodeputado Vasco Graça Moura, em entrevista à revista dominical do “Público”. «Os linguistas discordam, isso sim, da posição de que o ensino do português se deve reduzir à leitura de textos literários. (…) Esta discordância (…) radica no conhecimento dos milhares de páginas publicadas de resultados de investigação desenvolvida nos países do "pelotão da frente", a que queremos pertencer», respondeu a linguista Inês Duarte, no semanário “Expresso”, cujas páginas – mais propriamente do caderno “Actual” – acolheram uma série de outros seis textos, deles e de três outros intervenientes, numa polémica como há muito não se lia em Portugal. O tema em si e a qualidade intelectual dos envolvidos não deixarão de interessar a quantos consultam o Ciberdúvidas para saber sempre mais sobre o nosso idioma comum.
2. A resposta a uma pergunta sobre o plural de “stand” e o respectivo aportuguesamento proposto pelo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea fez-nos regressar entretanto a uma outra controvérsia antiga. Cf. O positivo e o negativo no Dicionário da Academia + Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa + Os méritos do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Que outra língua no mundo estimula assim tão amplo e permanente debate?