1. É possível falar de um registo linguístico cibernáutico? A recente deriva tecnológica é comprável à divulgação da palavra escrita gerada pela revolução de Gutenberg? Que géneros textuais estão a emergir da escrita em blogues e redes sociais? Uma coisa é certa: ainda há espaço para a norma culta no ciberespaço.
2. Invocando uma querela antiga surgida em Portugal, sobre a relação linguística — literatura, vale a pena dar eco às recentes declarações de Olivier Rolin à agência Lusa: «A literatura é o que mantém o conhecimento e o amor pela língua, e sabemos muito bem que agora as línguas estão cada vez mais esquecidas, são cada vez mais simplificadas, as pessoas utilizam um vocabulário cada vez mais reduzido (...). A literatura é também aquilo que, no fundo, nos permite, através da língua, pensar. Tem uma importância enorme, mesmo que não sirva para nada. Serve para pensar, simplesmente.»