Reflectir maduramente sobre uma futura Academia da Língua Portuguesa — é o propósito declarado da ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas. A normalização do português europeu, instrumento fulcral em áreas como a comunicação social, a tradução e o ensino, é, actualmente, uma zona de ninguém. A investigação em linguística portuguesa com os países lusófonos em intercâmbio é uma quimera. Uma Academia da Língua Portuguesa, que colocasse em comunhão linguistas de várias domínios, seria um passo importante para a afirmação do português no mundo. Porque não há normalização possível sem suporte teórico consistente e sério.
O exemplo a seguir temo-lo aqui mesmo ao lado: a Nova Gramática da Língua Espanhola é hoje lançada nos países onde o espanhol é língua oficial. Alguns números: reuniu 22 academias da língua espanhola, demorou 11 anos a ser construída e estende-se ao longo de 4000 páginas. Por isso foi qualificada de «colectiva, consensual e ambiciosa» — e justamente.
Já sobre o novo Acordo Ortográfico, é certo: a ministra confirmou que «se seguirá o que está planificado, e em Janeiro entrará em vigor», com a grafia das publicações do Diário da República, a partir de 2010, a abrir caminho.
O ensino e a aprendizagem do português, hoje, em Timor-Leste são o tema central do programa Páginas de Português (RDP, Antena 2, domingo, dia 13 de Dezembro, 17h00*).
*Hora de Portugal Continental