Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique, a língua portuguesa está a expandir-se no seio da população mais jovem, residente em zonas urbanas. Atinge já os 90%. Mas atenção que a esmagadora maioria destes falantes tem o português como língua segunda. Apenas 6,5% falam português língua materna.
Deste modo, ao contrário do que possa parecer, não há equívoco ou contradição quando se fala de ensino de português língua segunda a falantes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
A este propósito, o embaixador António Monteiro deixa um recado: é de evitar «uma atitude sentimental em relação ao português clássico», porque «não há donos da língua».
Propomos, já agora, uma visita, via agência Lusa, a Trangapasso (Chimoio, Manica), a uma escola do ensino básico. Uma escola a céu aberto — mais correctamente, à sombra de uma mangueira.
A língua alemã é áspera? A língua italiana é delicodoce? É comum vermos este tipo de valores emotivos (e sensitivos), serem associados a uma língua — juízos exclusivamente baseados na prosódia e em traços fonéticos. Sem dúvida que a concordância ou discordância com estes juízos dependerá da língua materna do avaliador. Neste caso, o avaliador é escritor José Eduardo Agualusa.
No programa Língua de Todos (RDP África, dia 26, 13h15*, com repetição no dia seguinte, às 09h15* e também disponível em Podcast) terá lugar uma entrevista com a presidente do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, a angolana Amélia Mingas. Falar-se-á também do modismo de se dizer à inglesa a palavra latina media.
*Hora continental de Portugal