Desconhecido - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Desconhecido
Desconhecido
1K

Desconhecido.

 
Textos publicados pelo autor

Pergunta:

Vi uma frase num livro da gramática que dizia assim: «Quem tiver tempo livre e queira fazer um trabalho voluntário pode consultar este site.» Não compreendo o uso do futuro do conjuntivo tiver e do presente do conjuntivo queira. Peço a explicação.

Obrigada.

Resposta:

A sua pergunta envolve três questões diferentes: por um lado, os fatores que condicionam o uso do conjuntivo, por oposição ao indicativo; por outro, os valores associados ao conjuntivo quando ocorre em orações relativas e a diferença de interpretação entre presente e futuro do conjuntivo.

O conjuntivo

Enquanto o modo indicativo ocorre em frases em que o falante acredita na verdade das situações descritas nessas frases (associado, portanto, a valores de modalidade epistémica positiva – ou crença positiva), o modo conjuntivo ocorre, principalmente, em frases que descrevem situações hipotéticas – que podem vir ou não a ocorrer, que podiam ter ocorrido, mas não ocorreram, etc.

Assim, ao proferir a frase 1, o falante expressa que acredita que a situação descrita na frase se vai realizar, ao contrário do que acontece na frase 2, em que o falante expressa que a situação descrita é apenas hipotética (valor desencadeado pelo advérbio talvez):

1 – «Amanhã, o Afonso vem jantar connosco.»

2 – «Amanhã, talvez o Afonso venha jantar connosco.»

As relativas

A frase com os verbos no conjuntivo que nos apresenta pertence à classe das orações relativas: «quem tiver tempo livre e queira fazer trabalho voluntário».

Neste caso, a diferença entre o valor de crença positiva (com o indicativo) e o valor hipotético (com o conjuntivo) não incide sobre a situação, mas, sim, sobre a existência de entidades a que se aplique a situação descrita na oração relativa:

3 – «Quem tem tempo livre e quer fazer trabalho voluntário pod...

Pergunta:

Sou tradutora e já não é a 1.ª vez que recorro ao Ciberdúvidas, na tentativa de efectuar um trabalho o mais correcto possível.

Desta vez a minha dúvida é a seguinte: alguém me disse que as palavras "pronúncia" e "sotaque" são empregues dependendo de se tratar de uma língua estrangeira (sotaque brasileiro, sotaque francês) ou nacional (pronúncia do norte, pronúncia do Algarve).

Gostaria de confirmar se será esta a forma correcta de empregar as palavras ou se também se pode falar, p. ex., em sotaque do norte.

Muito obrigado e mais uma vez felicidades para o vosso trabalho que é excelente e muito válido.

Resposta:

Pode usar-se sotaque em qualquer dos casos. Não se diga é "acento" neste sentido, decalcando o francês accent, que também quer dizer "sotaque", além de acento (grave, tónico, musical, etc.).

 

Cf. Os lisboetas não têm sotaque?