Nem todas as realidades são transponíveis, ou designáveis, por uma só palavra. Receio que seja o caso da situação apresentada, pois não vislumbro que palavra, neste caso verbo, possa, em português, ter o sentido pretendido.1
Não esqueçamos que a língua portuguesa não é uma língua sintética, recorrendo muitas vezes a uma expressão para designar o que noutras se refere com uma só palavra.
1 Com sentido próximo, encontram-se iludir-se e enganar-se,mas de comportamento sintáctivo diverso do de acreditar:
(1) Ele acredita, erroneamente, que eu não irei à festa.
(2) Ele ilude-se se pensa que eu não vou à festa.
Assinale-se porém que a impossibilidade de iludir-se e enganar-se seleccionarem uma oração completiva obriga a recorrer a uma construção oracional suplementar («se pensa que...»). Não há, portanto, uma palavra simples que, sendo um verbo, sinteticamente designe a atitude de acreditar erroneamente.