Apesar de não ser muito comum a palavra paralelo surgir acompanhada pela preposição para, e de eu não encontrar nenhuma formulação do género nos instrumentos linguísticos de referência consultados, penso que é aceitável fazê-lo, pois, por exemplo, no caso citado pela consulente, podemos propor a seguinte paráfrase: «Por isso não há nada comparável [que se compare] a esse ente infeliz (o escravo).»
Seguindo a linha de raciocínio exposta, atente-se, por exemplo, nestas ocorrências registadas nos corpora CETEMPúblico e CETENFolha (parêntesis rectos meus) : «Um olhar definitivamente alternativo sobre Lisboa, uma banda sonora sem paralelo para [sem comparação/única em] Portugal»; «Quem viu a anterior peça Kolbebazar reconhecerá em Carol.la o mesmo rigoroso e fluido trabalho coreográfico, o mesmo cuidadoso e reflectido trabalho de composição, mas não terá paralelo para [comparação com] a poética apaixonante que envolve esta última dança»; «Só nas abstracções numéricas de um e nas simetrias da chamada construção em arco de outro se encontra paralelo para [(ponto de) comparação com] a originalíssima estrutura da Sétima Sinfonia».
No fundo, em todas as ocorrências sugeridas (incluindo a da consulente), a preposição para remete-nos para a ideia de relativamente a/no que diz respeito a/com relação a (cf. Dicionário Houaiss e Aurélio). Ex.: «Por isso não há paralelo algum relativamente a/com relação a esse ente infeliz.»