Vale a pena retomar o tema do multilinguismo, atendendo a que, segundo o Eurobarómetro 243, de 2006, 58% da população portuguesa reconhece não saber falar qualquer língua estrangeira, e uma vez que estamos em face de um eventual ajustamento do currículo nacional do ensino básico em Portugal, mediante o qual a aprendizagem de uma segunda língua estrangeira pode passar a ser opcional.
Afinal, quais as vantagens para o cidadão comum de ser fluente em mais do que uma língua estrangeira? Alguns valores — caros — nos dias que correm são desencadeados por uma competência multilingue, como seja o emprego e a competitividade empresarial.
Mas também há a relevar que a «aprendizagem das línguas desenvolve a atenção, a percepção, a memória, a concentração, o pensamento teórico e o pensamento crítico, bem como a capacidade de resolver os problemas e de trabalhar em equipa» (EC, Final Report, High LevelGroup on Multilingualism, 2007, tradução livre).
Dossiê é a adaptação gráfica portuguesa para o galicismo dossier. Mas, como escrevemos dossier durante tanto tempo, a hesitação é natural. Porém, a fixação gráfica de fonias estrangeiras não pode ser levada a eito, sob pena de, paradoxalmente, as palavras ficarem irreconhecíveis. Imagine-se, a título de exemplo: "disaina", "djines", "luque", "leiaute", "toquechô", "frilance", "obi", "stendebai"...