Em Portugal, celebram-se os 90 anos do nascimento da poeta (designação que preferia a poetisa), ativista social notabilizada pela defesa dos direitos das mulheres antes e após a revolução de 1974, e política Natália Correia. Natural da ilha de São Miguel, nos Açores, Natália Correia é uma figura singular no panorama literário, político e social em Portugal, além de uma figura amplamente recordada em Portugal devido ao seu excecional poder de oratória e às polémicas em que frequentemente se envolvia, sobretudo aquando da sua passagem pela Assembleia da República. Exemplo disso é a sua célebre intervenção num debate sobre o aborto em Portugal, em 1982, em que Natália redigiu um poema que ficou popular, e que aqui transcrevemos em sua homenagem.
Já que o coito – diz Morgado –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou – parca ração! –
uma vez. E se a função
faz o órgão – diz o ditado –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Quanto a atualizações, neste dia, no Consultório, apresentam-se respostas a dúvidas relacionadas com o uso da partícula que, bem como com a grafia de caráter (variantes e plurais) e de eletrofísica. Já na rubrica Pelourinho, Paulo J. S. Barata refere-se a um erro frequente nos meios de comunicação social em Portugal: a flexão errada do verbo haver na terceira pessoa do plural quando tem o significado de «existir».
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