Boate está registada com esta grafia no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, e sancionada em Portugal, como variante brasileira (plural: boates). Deriva do francês «boîte» e foi sabiamente adaptada pelo Brasil, com respeito pela índole da nossa comum língua.
Diferentemente, por exemplo, de «toilete», com pronúncia ¦tuᦠ(do francês «toilette) pretendida por um dos últimos dicionários publicados, adaptação que, entre outras, pessoalmente não aceito. E justifico, para as pessoas que procuram respeitar bem as normas:
A norma portuguesa e a brasileira recomendam (solução aliás ainda discutível) que se respeite a grafia original nos “vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros” (o que explica mülleriano de Müller, taylorista de Taylor, etc.). Mas o francês «toilette» não é um nome próprio. Do meu ponto de vista, «toilette» só poderia adaptar-se em `toalete´ (como também fizeram os brasileiros) e nunca em «toilete» com a pronúncia ¦uá¦, pois o encontro vocálico oi é sempre pronunciado na língua portuguesa como ditongo decrescente ¦ói¦ (ex.: lençoizitos) ou como ditongo decrescente ¦ôi¦ (ex.: goivo) e nunca como ditongo crescente ¦uá¦, que é grafado ua, ou oa (ex.: reguada, trovoada).
Daí eu afirmar que os nossos irmãos brasileiros foram sábios na adaptação boate. E daí também eu recomendar sempre que é preferível escrever a grafia do nome estrangeiro entre aspas, quando há o risco de se poder adulterar a nossa língua numa adaptação imponderada.
Se o novo acordo entrar em vigor, a grafia de boates manter-se-á.
Em relação ao seu texto, ocorre-me dizer-lhe que entre as pessoas do sexo feminino que trabalham nas boates não há, no meu entender, forçosamente sempre prostitutas…
Ao seu dispor,