É um tanto difícil dizer que as soluções sugeridas pelo consulente sejam as únicas correctas. Uma expressão nominal que realize um predicativo do sujeito pode perder o artigo, dando relevo à propriedade associada a tal expressão; quer dizer que «X é primeiro-ministro de Portugal» e «X é o primeiro-ministro de Portugal» são expressões correctas que diferem no facto de a primeira se reportar ao cargo que se atribui ao sujeito X, e a segunda identificar o sujeito X com a pessoa que tem esse cargo.
Quanto a «o enviado a/para», pode-se ver uma oposição entre a, que terá valor temporário, e para, com valor de permanência, tal como se verifica em «ir a casa» e «ir para casa». Deste modo, «o enviado do Quarteto ao Médio Oriente» é uma expressão correcta. No entanto, a preposição para pode também adquirir o valor de «relativo a», «que se dedica a»; nesse caso, assim como temos, por exemplo, um «secretário» ou um «assessor para assuntos parlamentares», também teremos um «enviado para o Médio Oriente». Usar esta expressão terá sentido, claro está, apenas se o que está em causa é não uma deslocação, mas a finalidade de um cargo ou de uma função.